Para quem olha de fora, empreender é uma tarefa fácil e encantadora: basta apenas uma ideia e o investimento inicial para que tudo dê certo. É claro que, na prática, empreender é apaixonante. Quanto mais o negócio dá certo, maior é a vontade que o empreendedor tem de continuar buscando novos resultados e o crescimento. Porém, o caminho para o sucesso nem sempre é tranquilo, mas cheio de subidas e descidas e requer fôlego, preparação e resiliência para chegar até o objetivo final.
Empreender requer do empreendedor estar preparado para trabalhar com as controvérsias que aparecem já que nem todos os resultados são previsíveis e, muitas vezes, as surpresas acontecem. Inclusive aquelas que não são tão boas assim para o negócio.
Pensando sobre isso, me veio à mente um pensamento atribuído ao pensador chinês Confúcio que diz que “a maior glória não está em nunca cair, mas sim em levantar-se depois de uma queda”. E quando se empreende, precisamos ter a consciência de que a glória não está em nunca falhar, em nunca ter problemas, em nunca ter que retroceder, mas em continuar a caminhada, perseverando.
Até porque, muitas vezes, o que leva o empreendedor à queda é um acontecimento externo que foge do seu controle. Um exemplo disso é a política econômica que pode afetar direta e indiretamente a saúde dos negócios.
Independente de qual é o motivo da dificuldade e se ela foi ocasionada por fatores internos ou externos, o empreendedor não pode se desesperar, mas precisa ser perseverante e aceitar quando é preciso mudar de rota para que as falhas sejam corrigidas. Desistir frente aos problemas sempre será uma solução prática, rápida e fácil, mas quase nunca será a melhor solução.
Desde que comecei no mundo dos negócios, entendi que se formos olhar para as circunstâncias não faremos nada, seremos tomados pelo medo e não chegaremos a qualquer lugar. Digo isso pois, logo no início da minha carreira dividi com meus amigos a vontade que tinha de ter um negócio próprio e abrir uma rede de escolas de inglês e vi os seus olhares de reprovação.
Muitos não acreditaram em mim e acharam que eu estava enlouquecendo, pois trocaria o certo pelo duvidoso ao deixar uma carreira como executivo para abrir o meu próprio negócio. Mais do que isso, quando olhavam para o momento econômico que o Brasil vivia, tinham certeza que meu negócio não daria certo já que na década de 1980, quando fundei a Wizard, a economia estava instável e a inflação chegava até a 80% ao mês.
Apesar de tudo jogar contra e de todas as dificuldades que vivi expandir meu negócio, não me deixei abater. Mantive-me firme no propósito e fui me levantando sempre que necessário.
Hoje, ao traçar um paralelo da vida de um empreendedor com os pensamentos de Confúcio, acredito que esse é um dos maiores ensinamos que podemos ter na vida, que ela continua apesar dos problemas e que quem tem o desejo de vencer não tem tempo para se lamentar. Levantar-se sempre depois de uma queda. Eis a maior glória!
Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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